Raul Beiriz
Em fevereiro de 2007, Marina Kovalevsky (mãe) e
Yana Kovalevsky (filha), russas de nascimento e moradoras nos Estados Unidos,
foram envenenadas em uma viagem que fizeram a Moscou para comemorar o
aniversário de 50 anos de um amigo. Exames toxicológicos confirmaram que elas
foram envenenadas com tálio – elemento químico inodoro e insípido que pode
afetar o fígado, causar hemorragias e até matar. Segundo apurou o FBI, em quem
Yana diz não confiar, as duas chegaram a ingerir quantidades pequenas, mas
potencialmente letal do metal pesado, sendo então envenenadas – fato que foi
confirmado por seus médicos.
Yana Kovalevsky (filha)
A intoxicação foi percebida quando reclamaram de
fortes dores no estômago, após a festa de aniversário. Elas sentiram as dores
quando visitavam museus, mostras de arte e teatros em Moscou. O diagnóstico
inicial foi de intoxicação alimentar, mas na verdade, o tálio já havia começado
a invadir o corpo de Yana. As cólicas se intensificaram. Yana teve que ir ao
banheiro e caiu. Foram levadas a um hospital americano, recomendado pelo hotel.
Elas foram de táxi para uma clínica americana em Moscou. Como sua mãe era
médica, Yana pediu sua ajuda, mas ela não conseguiu socorrer a filha, já que
seu estado de saúde não era bom. Marina Kovalevsky, que era médica e trabalhava
em um hospital em Los Angeles, para onde havia migrado em 1989, já estava na
maca.
Em julho daquele ano, ainda em processo de
recuperação, Yana Kovalevsky deu uma entrevista ao repórter do Jornal Los
Angeles Times, Paul Pringle. Sua aparência assustou o repórter. Usava peruca
colorida e uma bengala em tons marrom e bege. Segundo contou, o envenenamento
teria provocado os problemas nos cabelos. Tomava remédios por causa de um
problema no sistema nervoso, também provocado pela substância. Em uma de suas
declarações ao repórter, Yana foi clara: “Ou alguém me queria morta ou me
esmagar lentamente”, disse. Segundo contou a Paul Pringle, repórter
investigativo com vários prêmios, quando ela e sua mãe chegaram ao hospital, os
médicos rapidamente as colocaram em diálise, mas somente vários dias após
identificaram o tálio como a fonte de sua agonia. Yana nunca tinha ouvido falar
deste metal e revelou que sua mãe não acreditava em intoxicação.
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